terça-feira, novembro 28, 2006

"Desejo ser um criador de mitos, que é o mistério mais alto que
pode obrar alguém da humanidade."

Fernando Pessoa

«(...) E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa especie de extase cuja natureza não conseguirei definir.
Foi o dia triumphal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. (...)»
Fernando Pessoa

quinta-feira, novembro 09, 2006

Quando te chamo de Lisboa

Chamar-te- hei coragem.
Quantas aventuras por ti passaram?
Quantos heróis em ti atracaram?
De quantos sonhos foste passagem?
Tu que guardas a História:
No teu chão, no ar,
Nas pontes da memória,
Nos aromas de Mar.
Chamar-te-hei linda.
Vendo banhar-te no Tejo;
Vendo tuas colinas seios vejo;
Vendo-te a ti vejo beleza ainda.
Há em ti tanta beleza:
Nas tuas casas, na tua gente,
na tua idade, na tua pureza,
no teu espírito alegre e contente.
(...)
Chamar-te-hei princesa
do Mediterrâneo, do Mundo.
Com um ênfase mais profundo
que o da própria certeza.
Por tudo o que simbolizaste!
Por tudo o que amaste!
Por todos que te cruzaram!
Por todos que te amaram!
E passas e não ficas,
e mudas e não te alteras,
e choras e não ris,
e morres e não vives.
Agarra-te!
Hão de haver palavras
no teu olhar
hão de haver palavras
no teu sorriso
hão de haver palavras
hão de haver palavras
no teu andar
hão de haver palavras
na tua boca
no teu coração
hão de haver palavras
hão de haver palavras
nas tuas mãos quando as abrires
hão de haver palavras
hão de haver palavras
hão de haver palavras
entre Nós