sexta-feira, novembro 20, 2009

I

Poeta do não lugar
Que se esconde na indefinição
Vivendo na incerteza
Usa as palavras na folha
Apenas como Deus
As nuvens no céu
Massas disformes
Feitas do nada
Da matéria das sombras
E dos medos
Coisas
Que vivem apenas
Para serem sensações
Provocarem efeitos
Sem nunca terem tido causa

II

Poeta da montanha mágica
Da maior de todas ao longe
E mais pequena ao perto
Aonde só vivem riscos
E pontos de interrogação
Sinais
Que apenas mancham as folhas
Como grãos de chuva
Mancham os telhados
Caem com tanta força
Que quando caem já nada são
Desaparecem
Sem deixar um único resquício
Sem nunca ninguém perguntar
Onde estão