sábado, junho 23, 2007

Almas Gémeas


Alma Gémea

Quando me vêm com amor
dá-me vontade de rir...
Falam-me de sentimentos únicos,
de singulares sensações, de pensamentos dominados,
de vidas com um só sentido - Merdas.
(Disparates que nós inventamos,
coisas estúpidas que nós criamos.)

Dizem-me que somos um para o outro,
Almas Gémeas, portanto.
E depois vem o beijo.
(Oh, o beijo que toca a alma, que afaga a alma,
que nos faz sonhar, que nos sobe ao Nirvana...)

Quando encontramos a nossa Alma Gémea:
olhamos, e ela, a Alma Gémea, olha também, Claro!
Falamos, saímos, cruzamo-nos e dizemos:
- És a minha Alma Gémea. E depois vomitamo-la...

Saímos de casa em busca da Alma Gémea,
encontramo-la
-Não a mesma, outra ainda mais Gémea que a anterior.
Expressamos-lhe o eterno amor. Ela, a Alma Gémea,
expressa o dela, Claro!
(Oh, o amor. O sentimento que move fronteiras,
que não conhece limites, que não se finda...)

Saímos de casa em busca da Alma Gémea,
encontramo-la
-Não a mesma. Outra ainda mais Gémea que a anterior.
E quando os nossos lábios se unem, pensamos:
- É ela, a Alma Gémea.

Saímos de casa para encontrar uma flor
para dar à Alma Gémea.
Mas eis que a vemos, a Alma Gémea
-não a mesma, outra ainda mais Gémea que a anterior...

sexta-feira, junho 08, 2007

O Beijo

Recôndita sinestesia
em recontro púrpura e encarnado –
o Beijo que amanhecia
o fogo invisível fadado.
Mão que o ombro padecia;
olhar à alma apontado:
corpos a quem Eros prometia
o fogo invisível fadado.
Sensações, sentimentos:
anseiam por nascer.
São sonhos, pensamentos
que depressa deixam de Ser,
quando o beijo, por momentos,
insiste em querer morrer.

(Texto baseado na fotografia o beijo, de Doisneau)