sexta-feira, junho 12, 2009

Porvir

Bailam os sinos na torre do tempo.
Apertam as veias o mecânico coração.
Fabrica-se o homem e o momento –
Uma criança que nasce na palma da mão.

Entortam-se as linhas direitas do destino.
Tecem as moiras o ardiloso novelo,
Que fio a fio fica mais fino,
Mas ninguém consegue rompê-lo.

E já no rio memórias são águas,
Que calmas e agitadas se vão tornar
Quando a barca avernal sobre elas passar.

E assim, num incessante galgar de laudas,
Se folheiam todos os dias da vida
Para escutar a sentença há muito proferida.

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