
Fecho a porta
A mim mesmo.
A natureza morta
Planto-a no meu leito,
Assim em segredo,
Para que esconda cá dentro o medo
De saber que o que recuso e aceito:
É o cessante germinar de um coração
Imperfeito!
(Já sinto os ossos a quebrarem
E os nervos a secarem.)
Abandono então as ruínas do meu ser
E vejo a minha carne apodrecer.
E eis-me aqui nu e cru,
No mais puro estado natural
Que já findou.
Mas sabedor, agora,
Que a pobre doente planta que murchou
Era, afinal, a mais sã e dura raiz
Que Deus na terra plantou.
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